domingo, 28 de dezembro de 2008

ESCULTURAS- METAL ARTE- METAL ART





























Escultura é a arte de criar formas significativas em três dimensões. Não se limita a uma categoria fixa de objetos ou a um conjunto de atividades específicas. Tem crescido, mudado e ampliado o seu raio de ação. Seu campo é, hoje, mais vasto do que em meados do século; e no atual estado de fluidez das artes visuais, ninguém pode predizer que rumos tomará.
Sempre se aceitaram os utensílios como forma não - representativas; mas só no século XX produziram-se objetos de arte em três dimensões, de caráter gratuito e não representativo. Também sempre se concebeu a escultura como uma arte da matéria sólida, i.e., da massa. Hoje é o espaço que constitui o elemento dominante da peça.
Os escultores do século XX soem empregar toda espécie de manufatura e toda espécie de material plástico(inclusive, e principalmente, as novas resinas sintéticas). Há volumes concebidos para serem penetrados pelo observador, para serem vistos e sentidos de dentro para fora. Chamam-se, à falta de melhor denominação, esculturas ‘habitáveis’. Outros devem ser manipulados pelo público, têm dobradiças, são conversíveis, ganham beleza diversa em diferentes posições. Há ‘montagens’, ‘estruturas’ e ‘objetos’, móveis ou estáveis, que se classificam, pela tridimensionalidade e pela intenção, como esculturas.
Duas são as formas básicas da escultura: em redondo e em relevo. Uma escultura executada em redondo pode ser contornada: o espaço envolve-a inteiramente. Quanto à escultura em relevo, desenrola-se, à maneira de uma pintura, contra uma superfície lisa. Existe alto e baixo relevo.
Modelagem e talha direta - Na modelagem, a figura é construída de dentro para fora. Forma-se de fragmentos de argila(ou outra matéria de plasticidade semelhante) acumulados em torno de uma haste de ferro. Pequenas ‘borboletas’ de madeira, penduradas a fios de arame, reforçam a estrutura interna. Os pedaços de argila, uma vez postos no lugar desejado, são achatados com a ferramenta. A argila tem de ser mantida úmida e por isso os originais são envoltos em panos molhados. Terminada a obra, a escultura é posta a secar. Pode ir, também, ao forno.
A modelagem em metal ou liga - bronze, tradicionalmente - exige maiores cuidados. Na fundição com cera(cire perdue), a peça é recoberta de uma fina camada de cera - e a cera por uma crosta espessa de uma areia refratária. Submetida ao calor, a cera se derrete e no espaço que deixou vaza-se o metal derretido. Na fundição só com areia, a espessura desejada é obtida por raspagem, o conjunto é enterrado, e o metal toma o lugar do esboço em areia. Exige um certo acabamento, depois, que começa pela eliminação das rebarbas(comuns quando a peça tem emendas). Poucos escultores são fundidores.
Na talha direta desbasta-se um bloco(granito, mármore, pedra-sabão, madeira), e a figura - esboçada grosseiramente a giz na superfície -, se vai formando de fora para dentro. O gesso pode ser trabalhado também diretamente, sem prévia modelagem, sobre uma armação de tela. Como seca depressa, há que construir rapidamente os volumes principais para acabamento posterior. Da madeira, tiram-se ‘unhas’ a formão e goiva, que é um formão côncavo, em meia - cana, com o chanfro do corte para o interior. A estátua em madeira pode ser retocada a gesso e pintada(ou dourada), como fazem, de regra, os santeiros. Podem-se trabalhar diretamente placas de ferro, cobre, metal dourado, alumínio, aço inoxidável. O metal é, então, cortado pelo artista e soldado a maçarico.
Relevos - Decoração normal da arquitetura, os relevos são gênero próprio, com tradição na história da arte, desde a Antigüidade oriental. Altos ou baixos, derivam os relevos da mesma técnica de talhar a superfície de fora para dentro, criando um plano de fundo contra o qual as figuras se projetam.
História da escultura - O homem paleolítico moldou animais e, mesmo, a figura humana(Vênus de Willendorf). Mas a verdadeira escultura surgiu no Oriente Próximo, com os egípcios - grandes escultores em pedra - basalto, obsidiana, diorito, granito, quartzolito, calcário, pedras - duras, tão imunes quanto possível aos desgastes do tempo.
A história da escultura grega abrange três períodos: arcaico, helênico e helenístico. O primeiro, é o das esculturas monolíticas em pedra, como a série dos kouroi de Atenas. Mas a grande estatuária grega foi feita em bronze, de que se tiravam cópias em mármore. O bronze tinha existência precária, era derretido em tempo de guerra. Por isso, os museus modernos estão cheios de cópias.
Os etruscos trabalharam, de preferência, em argila, e suas obras se assemelham às obras gregas arcaicas. Os romanos seguiram a tradição helênica mas criaram com as esculturas - retratos do período republicano um gênero inconfundível, de extremo realismo e franqueza por vezes brutal.
As obras-primas dos estilo românico estão em França. São esculturas didáticas, que já têm sido chamadas um ‘evangelho de pedra’. Aos poucos, as figuras dos santos e reis se alongam, os portais se aprofundam, cavernosos, o estilo deriva para o gótico. Curiosamente, a escultura foi, então, empregada naquelas partes que os antigos deixavam sem decoração.
O homem da Idade Média viajava muito(Cruzadas, romarias). E as concepções artísticas das diferentes regiões passaram a influenciar-se reciprocamente. Os próprios artistas viajavam, trocavam impressões. Aos poucos formaram-se escolas de escultura, que não correspondiam necessariamente ao estilo das igrejas para as quais trabalhavam. Os escultores se haviam tornado profissionais independentes.
A Renascença marca o retorno aos padrões clássicos. O realismo passa a nortear de novo a produção de escultores como Donatello, Verrocchio, Michelangelo.
Tendências atuais - Como Giacometti, artistas inconformados do século XX procuraram soluções novas ou uma nova abordagem para as relações entre forma e espaço, formas vivas e abstrações intelectuais. A escultura feita com fios de metal, folhas ou placas soldadas ganhou vida nova com Julio González(A Montserrat I [1936-37]) e David Smith.
A tradição figurativa não foi, de todo, abandonada pela escultura contemporânea.
A escultura manteve, assim, no século XX, a sua posição, renovando-se. Conseguiu mesmo renovar a tradição do monumento de praça pública criando peças admiráveis que nada têm a ver com o que se fizera antes(stabile de Calder em frente à gare de Grenoble).